No ano de 1900, na ilha havaiana de Kawai, arquipélago anexado em 1898 ao território dos Estados Unidos, um casal de imigrantes japoneses decidiu homenagear
a nova terra, que os havia recebido, colocando em sua filha recém-nascida o nome Hawayo. Filha de pais camponeses, ambos trabalhadores incansáveis, Hawayo não foi favorecida com uma estrutura física tão forte como a de seus pais.
Este fato se evidenciou quando aos 12 anos, junto com seus companheiros da escola pública que freqüentava, foi trabalhar numa plantação de cana-de-açúcar.
A criança contava com entusiasmo e grande força
de vontade, porém, ainda assim, não conseguia cumprir com a sua tarefa diária. Era pequena e fraca de modo que, ao terminar aquele verão de trabalho no campo, Hawayo, olhando suas frágeis mãos, pediu a Deus que lhe permitisse fazer algum outro trabalho com aquelas mãozinhas tão pouco adequadas aos trabalhos agrários.
Seus pais, ao se inteirarem das dificuldades, conseguiram que o sacerdote, que dirigia a escola religiosa do povoado, a admitisse ali para estudar.
Em troca, ensinaria aos alunos do primeiro grau e executaria algumas tarefas menores na escola, onde, devido à distância de sua casa, deveria viver daí em diante.
Em 1914 Hawayo ainda se encontrava albergada na escola e desempe-nhando aquelas tarefas. Paralelamente, começou a trabalhar algumas horas como vendedora em um negócio em Lihue e, durante os fins de semana, num restaurante da mesma localidade. Isto lhe permitiu ter maiores ganhos e continuar seus estudos, aos quais acrescentou aulas diárias de japonês.
Por aqueles dias, ofereceram-lhe um trabalho em uma residência familiar, onde trabalhavam cerca de 20 pessoas. Com o consentimento de seus pais, deixou a escola, aceitou este trabalho e ali permaneceu durante vinte anos chegando a ser governanta, com todo o pessoal sob sua responsabilidade. Hawayo se casou com Saichi Takata, que era contador da residência,
e deste casamento nasceram duas filhas. Em 1930 Saichi faleceu.
Hawayo ficou com as duas filhas pequenas a seu encargo.
Trabalhou muito durante os anos seguintes, no intento de atender as suas filhas e lhes dar uma vida e uma educação digna. Neste período, morreu uma de suas irmãs. Nesta circunstância, encontrou-se sozinha no Havaí,
já que seus pais tinham viajado ao Japão para visitar sua terra natal.
Estes dissabores, mais o excesso de trabalho físico a que se submeteu para manter suas filhas com dignidade, afetaram seriamente sua saúde.
Em 1935, decidiu viajar para o Japão, acompanhada de suas duas filhas
e de sua cunhada, levando as cinzas de seu marido, com o propósito
de fazer um ritual no templo budista de Obtani. Tendo feito isto, como sofria de problemas respiratórios e fortes dores abdominais que a impediam de caminhar erguida, internou-se, por insistência de seus familiares,
na clínica particular do Dr.Maeda para fazer todos os exames e submeter-se as operações que os médicos recomendassem.
Hawayo Takata tinha um tumor, cálculos biliares e, aparentemente, uma inflamação aguda no apêndice. Já pronta para a intervenção, enquanto
na sala de operações se manipulava o material cirúrgico, Takata ouviu uma voz que lhe disse que as operações não seriam necessárias.
Surpresa, abriu os olhos e observou que não havia ninguém na sala.
Decidiu confiar naquela voz e se negou a ser operada insistindo que deveria haver outra solução para seus problemas.
O Dr.Maeda, que além de amigo era tio de Hayashi facilitou-lhe a inter-nação na clínica de Reiki dirigida pelo Dr.Chujiro Hayashi. Removida para Tóquio, começou a receber, dos assistentes do Dr.Hayashi, sessões de Reiki diárias durante o transcurso de quatro meses (120 sessões).
As dores começaram a diminuir paulatinamente e ela se sentiu bem disposta e com saúde. Eliminou os cálculos biliares e em quatro meses, estava restabelecida, com uma grande curiosidade de saber, com exatidão, em que consistia aquela técnica extraordinária. Apesar de ter feito perguntas aos assistentes do Dr.Hayashi, Takata não havia conseguido que lhe dessem algum fundamento do método. Determinada a conhecer mais, falou com
o próprio Hayashi e lhe disse que queria aprender a técnica e levá-la ao ocidente. Argumentou, também, que lhe seria impossível viajar ao Japão cada vez que precisasse de tratamento. Relutante em passar os conheci-mentos de Reiki a uma mulher educada no Ocidente, a quem apenas conhecia, Hayashi, após meditar muito e recorrendo à sua grande abertura às novas idéias, cedeu em iniciá-la no primeiro grau. Esta foi uma decisão crucial para o Dr.Hayashi, já que a prática deste tipo de técnica estava reservada apenas aos homens e japoneses.
A Sra.Takata permaneceu na clínica trabalhando com os conhecimentos
do primeiro nível e, em um ano, ascendeu ao segundo nível, e ficou devendo 500 dólares ao Dr.Hayashi pelo 2° nível. Em 1937, Hawayo Takata voltou à sua terra natal, com a experiência obtida um quase dois anos de intensos trabalhos na aplicação da técnica.
Algum tempo depois, Hayashi e sua filha visitaram o Havaí e, durante seis meses, trabalharam para estabelecer o Reiki em Honolulu. Em 1938, durante a reunião de despedida para seu regresso ao Japão, Hayashi anunciou, publicamente, que Takata já era uma mestre e a autorizou a transmitir
a técnica. Neste mesmo ano, Takata acompanhou uma delegação do Arcebispo da Missão de Jodo à Califórnia, como intérprete do idioma inglês, já que aqueles não conheciam este idioma.
A inquieta Hawayo viajou também a Chicago para concorrer ao National College of Drugless Physicians (Universidade Nacional de Medicina Sem Medicamentos) e se entregou ao estudo de diversas terapias e da anatomia humana. Em dezembro do mesmo ano, visitou Kamuela, a maior ilha
do Havaí, e ali pôs a prova a utilização da sua técnica, com dois enfermos que deveriam ser operados num prazo de poucos meses, uma vez que
as intervenções só seriam realizadas quando estivessem mais fortes
e pudessem enfrentá-las. Takata tratou-os com Reiki e, em um período relativamente curto, os enfermos se recuperaram e as cirurgias previstas não se fizeram mais necessárias.
Takata iniciou numerosos alunos no primeiro nível de Reiki, alguns deles camponeses, que começaram a aplicar o Reiki em seus animais e sementes constatando que as perdas em suas granjas e lavouras reduziram-se consideravelmente. Feliz por ter podido transmitir seus conhecimentos e por terem eles sido bem aproveitados, Takata visitava seus alunos a cada seis meses, a fim de observar seus progressos. Em 1939, já contava com uma grande casa onde, além de instalar toda sua família, podia dispor de espaço para fazer seus tratamentos.
Sua fama se estendeu consideravelmente. Foi respeitada e elogiada por cada um dos que tiveram contato com ela. Fiel aos princípios do Reiki, ajudou-os a terem uma melhor qualidade de vida com os ensinamentos que anotava detalhadamente em seus cadernos e logo divulgava verbalmente.
Em 1940, por causa de um sonho onde viu o Mestre Hayashi vestido com um quimono de seda branca, Takata viajou ao Japão, Hayashi, surpreen-dendo-se ao vê-la, disse-lhe: "Contudo não a esperava" e a enviou a Kioto para estudar hidroterapia. Em maio de 1941, Takata recebeu a notícia de que Hayashi se encontrava na cidade de Atami, prestes a "realizar a sua transição". Takata se dirigiu à casa do médico onde, inexplicavelmente,
a família parecia contente, em companhia de vários convidados. Hayashi lhes disse que a transição ocorreria ao redor de uma ou uma e vinte da tarde naquele mesmo dia. Naquele momento, nomeou Hawayo Takata como sua continuadora e Grã-Mestre. Há uma da tarde, o Dr.Chujiro Hayashi entrou na sala onde estavam todos reunidos e, para a surpresa de Takata, vestia o mesmo quimono que ela vira no sonho que a fizera viajar ao Japão.
Hayashi anunciou a todos a ruptura de uma artéria, e algum tempo após, outra. Sua transição, a "grande viagem", aconteceu tal como a anunciara.
Hawayo Takata, nomeada sucessora do Mestre e herdeira da clínica
de Hayashi em Tóquio, permaneceu ali por algum tempo para ordenar
o necessário e finalmente, regressou ao Havaí com sua família.
Ao ser deflagrada a guerra, perdeu contato com o Japão e, somente quando esta terminou, Hawayo Takata regressou a Tóquio para assumir
o legado de Hayashi.
Como haviam sido produzidas grandes mudanças no país, a clínica estava funcionando, sob o encargo da esposa de Hayashi, como abrigo de refugiados de guerra. Em vista disso, Takata transferiu novamente
a propriedade para a Sra.Hayashi e decidiu centralizar o Reiki no Havaí.
Durante trinta anos, Hawayo Takata permaneceu em Honolulu transmitindo seus conhecimentos e, em 1973, levou seus ensinamentos de Reiki
ao estado de Washington, difundindo-os, mais tarde, em outros estados.
Foi nesta etapa de intensa atividade que a Grã-Mestre decidiu treinar alguns de seus alunos com o propósito que eles pudessem substituí-la.
Entre 1973 e 1980, fundou a Associação Americana Internacional de Reiki (AIRA) e deixou 22 mestres com iguais responsabilidades.
São eles:
George Araki
Barbara McCullough
Beth Gray
Ursula Baylow
Paul Mitchell
Iris Ishikuro
Fran Brow
Barbara Weber Ray
Ethel Lombardi
Wanja Twan
Virgínia Samdahl
Phillys Lei Forumoto
Dorothy Baba
Mary McFadyen
John Gray
Rick Bockner
Bethel Phaigh
Harru Kuboi
Patrícia Bowling
Shinogu Saito
Jay Yamashita (irmã de Hawayo Takata)
Barbara Brown
Esta lista foi entregue por Hawayo Takata à sua irmã. Em 1980 meses antes de seu falecimento Takata fundou junto com a doutora Barbara Weber Ray a Associação de Reiki em Atlanta EUA, que continua existindo até hoje sob o nome The Radiance Technique International Association. George Araki
Barbara McCullough
Beth Gray
Ursula Baylow
Paul Mitchell
Iris Ishikuro
Fran Brow
Barbara Weber Ray
Ethel Lombardi
Wanja Twan
Virgínia Samdahl
Phillys Lei Forumoto
Dorothy Baba
Mary McFadyen
John Gray
Rick Bockner
Bethel Phaigh
Harru Kuboi
Patrícia Bowling
Shinogu Saito
Jay Yamashita (irmã de Hawayo Takata)
Barbara Brown
A doutora Barbara Weber Ray, por divergências com a neta de Takata deixou de usar o nome Reiki e deu uma nova denominação a prática, chamando-a Radiance Technique.
A neta de Takata Phyllis Lei Furumoto recebeu desde menina o primeiro grau de sintonização energética diretamente da avó. Somente após cursar a universidade, em 1970 quando completou 27 anos, é que foi iniciada no segundo grau.
Em 1979 começou seu treinamento para Mestre. Nos anos seguintes
ao falecimento da avó, Phyllis assumiu inteiramente a responsabilidade
e compreensão dessa posição.
Em 12 de dezembro de 1980, Takata faleceu. Suas cinzas foram enterradas no templo budista de Hilo.
Reuniram-se os 22 mestres e resolveram reestruturar e dar continuidade
a American International Reiki Association.
Alguns mestres após divergências, comandados por Phyllis Lei Furumoto, fundaram uma segunda associação denominada The Reiki Alliance.
Atualmente existem vários sistemas de Reiki, todos derivados de um sistema vitorioso redescoberto pelo Mestre Mikao Usui.
O Sistema Usui de Cura Natural, que foi elaborado pelo doutor Hayashi
e modificado pela Mestre Takata é apenas um desses sistemas, digamos que é o mais popular no ocidente.
Os sistemas e os mestres de Reiki agem de maneira diferente no tratamento completo, no enfoque e na didática, o que não torna um sistema menos eficaz que o outro. Só em Tóquio existem pelo menos cinco sistemas diferentes de Reiki, cada um com suas próprias características e individua-lidades. Por exemplo: Na capital japonesa, um grupo de monges budistas lecionam o Reiki associado a pranayamas (exercícios respiratórios)
e meditação; outro grupo combina o Reiki com a macrobiótica; outro com Shintoísmo e assim por diante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário